Nesta semana, uma mulher que se recusou a trocar seu assento em um avião para acomodar uma criança ganhou grande notoriedade nas redes sociais, acumulando centenas de milhares de seguidores. O caso gerou intensa discussão, com pessoas divididas entre, uma grande maioria que apoia sua decisão de manter o lugar pelo qual havia pago e um pequeno grupo que ainda optou por criticá-la pela “falta de empatia”. Independentemente do lado escolhido, o episódio levanta uma questão maior: como eventos triviais podem transformar pessoas comuns em fenômenos digitais enquanto outras, que contribuem significativamente para a sociedade, permanecem invisíveis.

Esse fenômeno reflete uma tendência preocupante nas redes sociais: a popularidade muitas vezes depende mais do sensacionalismo e da viralização de polêmicas do que do mérito ou impacto real. Enquanto cientistas, médicos, educadores e poetas lutam para alcançar visibilidade, indivíduos que protagonizam situações polêmicas ou inusitadas se tornam influenciadores de massa. O que isso diz sobre nossas prioridades enquanto sociedade?

A era digital tem dado mais espaço para comportamentos que capturam atenção instantânea, mesmo que sejam irrelevantes ou divisivos. Essa dinâmica questiona o futuro do conteúdo informativo e construtivo. Se as plataformas privilegiam o que é viral, em vez do que é valioso, qual será o impacto a longo prazo no progresso e na formação da opinião pública? É crucial refletir sobre como usamos as redes sociais e buscar formas de valorizar mais aqueles que promovem conhecimento, cultura e bem-estar.