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Diamantina: Asfaltamento ameaça título de Patrimônio da Humanidade.

Publicada em: 29/04/2025 18:05 - ÚLTIMAS NOTÍCIAS

A recente pavimentação asfáltica de uma rua no centro histórico de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, reacendeu o debate entre preservação do patrimônio e necessidade de melhorias na mobilidade urbana. A intervenção realizada pela Prefeitura Municipal dividiu opiniões e chegou a gerar uma notificação de um órgão ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que avalia a possibilidade de retirar o título de Patrimônio da Humanidade concedido à cidade em 1999.

Por um lado, moradores e condutores, especialmente aqueles que atuam no transporte de pacientes e serviços essenciais, comemoraram a medida. Para esse grupo, o asfaltamento trouxe melhorias no tráfego e mais segurança, principalmente para os pacientes que são transportados em ambulância. Diamantina é hoje uma referencia em saúde na região e recebe pacientes de diversas cidades. “Essa rua é um dos principais acessos para ambulâncias e transporte de pessoas com mobilidade reduzida. A pavimentação facilitou muito o nosso trabalho e o atendimento à população”, relatou um motorista em uma postagem anterior nas nossas redes sociais.

Por outro lado, defensores do patrimônio histórico criticaram a obra, alegando que o uso de asfalto descaracteriza o conjunto arquitetônico colonial que rendeu a Diamantina o reconhecimento internacional. Para esses críticos, a intervenção compromete o valor cultural do local. A situação chegou ao conhecimento da UNESCO, que agora avalia a possibilidade de rever o status de Diamantina como Patrimônio Mundial, conforme foi noticiado pelos principais veículos de comunicação de Minas Gerais na tarde desta terça-feira (29/04).

Em resposta à polêmica, o prefeito de Diamantina afirmou em suas redes sociais que a obra foi planejada com responsabilidade. Segundo ele, a prefeitura consultou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) antes de executar a obra. “Quero deixar registrado que tudo foi feito após uma consulta ao Iphan. Estamos fora da área de tombamento.”, declarou o prefeito Geferson Burgarelli (MDB). O Iphan ainda não se pronunciou oficialmente sobre a autorização mencionada pelo gestor municipal.

Enquanto isso, a população segue dividida. Entre a valorização do passado e as demandas do presente, Diamantina vive um momento decisivo em sua trajetória como cidade histórica reconhecida mundialmente.

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