Historicamente à margem dos grandes investimentos privados, e muitas vezes também dos investimentos públicos, o Vale do Jequitinhonha começa a ocupar lugar de destaque no mapa econômico de Minas Gerais. O motivo é o protagonismo geográfico da região na exploração do lítio, mineral essencial para a produção de carros elétricos, baterias e sistemas de energia limpa.
Segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Vale concentra cerca de 85% das reservas nacionais de lítio, colocando a região no centro das atenções de empresas e investidores nacionais e internacionais. Até 2029, estão previstos mais de R$ 5 bilhões em aportes no setor, com foco especial nos municípios de Araçuaí e Itinga.
Esse movimento já se reflete nos cofres públicos. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), houve aumento de 39,4% na arrecadação de ISS (Imposto Sobre Serviços) e de 12% no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos 17 municípios da região, considerados prioritários para a cadeia do lítio.
No entanto, mesmo diante de dados concretos de crescimento econômico, há quem insista em criticar o avanço da mineração na região, reproduzindo discursos que parecem ignorar a transformação em curso. Enquanto muitos enxergam no lítio uma oportunidade real de desenvolvimento sustentável, geração de empregos e valorização regional, outros ainda preferem manter o estigma do “Vale da Miséria”, recusando-se a aceitar que o Jequitinhonha pode, e deve, ser também sinônimo de inovação, tecnologia e prosperidade.
A transição energética global passa pelo Brasil e o Vale do Jequitinhonha, finalmente, assume o protagonismo que lhe foi negado por décadas.