A escalada das tensões entre Estados Unidos, Israel e Irã acendeu um sinal vermelho no cenário internacional, não apenas pelos riscos militares que envolvem potências nucleares e aliados estratégicos, mas também pelas graves consequências econômicas que podem atingir o mundo inteiro — inclusive o Brasil.
Especialistas já apontam que a atual crise no Oriente Médio tem potencial para evoluir para um conflito de proporções globais, o que poderia desencadear uma Terceira Guerra Mundial, caso alianças militares sejam acionadas e o confronto se expanda para outras regiões.
No centro da preocupação econômica está a ameaça do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, ponto estratégico por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo consumido no planeta. Um bloqueio na região impactaria diretamente o preço do petróleo e seus derivados, com reflexos imediatos nos postos brasileiros.
O diesel, combustível essencial para o transporte de cargas e alimentos, é um dos mais sensíveis a essas oscilações. Atualmente, o Brasil importa entre 20% e 30% do diesel que consome, o que o torna ainda mais vulnerável ao mercado internacional. “Hoje, quando olho o cenário, o diesel tem espaço para uma alta de até R$ 0,48 por litro. Em uma situação extrema, esse aumento pode chegar a R$ 1, o que seria devastador para o setor logístico”, alerta Murilo Barco, diretor comercial da Valêncio Consultoria.
O impacto, segundo analistas, seria em efeito cascata: primeiro, o aumento no preço do frete; depois, o repasse desse custo ao consumidor final, pressionando ainda mais a inflação, especialmente sobre alimentos e produtos de primeira necessidade.
Diante desse cenário, o mundo observa com apreensão cada movimento diplomático e militar, ciente de que a continuidade do conflito pode colocar em risco não apenas a estabilidade regional, mas a própria paz mundial.