Em uma decisão inédita na televisão brasileira, Daniela Beyruti, presidente do SBT, determinou uma mudança radical na linha editorial dos telejornais da emissora. A partir de agora, estão proibidas reportagens sobre tragédias e ocorrências policiais. O foco será voltado para pautas educacionais, propositivas e com um tom mais sofisticado.
A medida, que já repercute entre profissionais de imprensa e especialistas em comunicação, é vista como uma tentativa ousada de transformar a experiência do telespectador diante das telas. Em vez de abrir espaço para o medo, a ansiedade e a sensação de impotência — sentimentos frequentemente provocados pela exposição contínua a notícias violentas — o SBT quer oferecer conteúdos que inspirem, eduquem e promovam uma visão mais construtiva da sociedade.
Pesquisas apontam que o consumo constante de notícias negativas pode gerar efeitos adversos à saúde mental, como estresse, angústia e até depressão. Ao adotar uma linha editorial mais leve, o SBT contribui para reduzir essa sobrecarga emocional, criando um ambiente televisivo mais acolhedor, onde a informação não é sinônimo de sofrimento, mas de crescimento.
Além disso, o investimento em reportagens educacionais e propositivas pode estimular uma cidadania mais ativa e crítica, ao mostrar soluções, iniciativas de sucesso e boas práticas que transformam comunidades. Essa mudança também valoriza uma estética mais sofisticada no jornalismo, incentivando o aprofundamento de temas culturais, científicos e comportamentais.
Embora a decisão provoque debates sobre os limites entre informar e proteger, o gesto de Daniela Beyruti sinaliza uma visão estratégica: a de que o jornalismo pode ir além da denúncia e do sensacionalismo, oferecendo um serviço público que respeita a inteligência e o bem-estar emocional do público.
Num cenário midiático marcado pela competição acirrada pela audiência e pela busca incessante por cliques, o SBT aposta no caminho oposto — e, quem sabe, inaugura uma nova era na televisão brasileira, onde a notícia também pode ser sinônimo de esperança.