Nas últimas três semanas, o Vaticano (menor Estado do mundo) entrou em uma situação delicada de incerteza na qual cada funcionário tenta prosseguir com suas atividades sem saber o que enfrentará no dia seguinte. À primeira vista, nada parece anormal, mas a alguns metros de distância, jornalistas fazem entradas ao vivo em diversas emissoras de televisão em múltiplas línguas. Eles informam, a cada boletim, sobre a saúde o Papa Francisco, internado desde o dia 14 de fevereiro de 2025.

Segundo a Agência AFP, no interior do Vaticano a vida avança em duas velocidades. Os departamentos vinculados às atividades do papa foram os primeiros afetados. Os serviços extraordinários (missas, audiências, recepções de embaixadores e serviços de Estado) estão em queda livre. É um período de latência, que lembra a época da pandemia. Já na Cúria, a administração central da Santa Sé, que coordena as atividades da Igreja em todo o planeta, os temas seguem seu curso. Mas, as recentes crises respiratórias do papa, que prossegue com prognóstico reservado, dificultam as projeções em médio prazo.

Quanto mais prolongada, mais incertezas gera a hospitalização de Francisco, o que alimenta as eternas especulações sobre uma possível renúncia e as medidas de preparação de um futuro conclave. No entanto, falar de um futuro papado com o pontífice ainda vivo é um tabu para a cúpula da Igreja Católica.  

Nesta quarta-feira (05/03) o Papa não celebrou a “Missa de Cinzas” na Basílica de Santa Sabina e a sua presença nas festividades da Semana Santa, daqui a 40 dias, ainda é uma incógnita.